quarta-feira, 30 de abril de 2014

ATIVIDADE PRÁTICA DE MATEMÁTICA PARA O 3º ANO - MEDIDA DE TEMPO

Trilha da Hora, muito legal, um jogo competitivo e ao mesmo tempo reforçando o conhecimento adquirido sobre hora, data e todo o tipo de medida de tempo.



CASINHA DO TEMPO EM EVA

Linda essa casinha feita em EVA pela querida amiga Rosália. Pedi licença a ela para postar, não é fofa gente?

PORTA RETRATOS PARA O DIA DOS PAIS

Então, na verdade está meio longe o dia dos pais, porém este trabalho foi proposto para minha equipe na faculdade... Desafio feito, desafio aceito e cumprido. Tá aí, espero que gostem!




 
PORTA RETRATO SANFONADO FEITO DE PALE CARTÃO, COLORSET E EVA.
 
 
 
 
 
 



 
PORTA RETRATO EM FORMA DE LIVRO COM 4 FACES E 2 POSSIBILIDADES DE USO, FEITO DE PAPEL CARTÃO, COLORSET E ENFEITES DE EVA.


 
PORTA RETRATO EM EVA.

CHAVEIRNHO DE EVA

Chaveirinho lindo feito em EVA em formato de mouse para as crianças do Pibid/Fepi...

quinta-feira, 10 de abril de 2014

A Educação para Froebel


Friedrich Froebel:

Natural de Oberweibach na Alemanha, filho de um pastor protestante, ficou órfão de mãe em tenra idade e foi criado com certa aspereza pela sua madastra, dos 10 aos 14 anos foi morar com seu tio materno, também pastor, anos que considerou feliz.

Resultado de seu temperamento introspectivo passou a observar e interpretar as atividades das crianças, despertando nele um grande interesse pelas experiências de natureza infantil. Após várias tentativas em encontrar uma profissão de acordo com sua vocação, acabou por descobrir na atividade educativa uma sua aptidão que correspondia aos seus anseios .

Sua vida acadêmica iniciou-se com a escola primária, depois entrou para a Universidade de Iena, onde revelou grande aptidão para a matemática, ciências naturais, agricultura e arquitetura. Tornou-se em seguida, professor da escola de Grüner, discípulo de Pestalozzi a quem visitou em Yverdun. “Reconhecendo as deficiências de sua cultura científica, resolveu Froebel cursar, aos 29 anos, a Universidade de Göttingen, onde estudou línguas orientais, astronomia e minerologia”.(SANTOS, 1964, p.293.)

Sua principal obra foi A educação do homem (1826), onde escreveu que a educação é o processo em que o indivíduo desenvolve a condição humana auto-consciente. “Iniciando, em seguida, uma série de experiências no sentido de utilizar a atividade espontânea da criança como meio educativo” (SANTOS, 1964, p.294). Nessa mesma época interessa-se pelas possibilidades educacionais dos primeiros anos da infância. Daí surgirá a idéia inovadora de cultivar o estímulo das atividades das crianças que mais tarde receberá o nome de Jardim de Infância, onde as crianças eram consideradas como plantinhas de um jardim do qual o professor seria o jardineiro. A criança se expressaria através das atividades lúdicas.

Foi um defensor do desenvolvimento genético, que segundo ele ocorre nas seguintes etapas: infância, meninice, puberdade, mocidade e maturidade, etapas estas que não eram divididas em anos, mas por tendências centrais. Eby (1978, p. 441) nos explica que:

A tendência central ou aspecto nascente de cada fase controla todos os outros progressos e define o objetivo educacional para a fase específica. A plena realização de cada fase é essencial ao desenvolvimento adequado da seguinte. Não se pode pretender que uma fase seja mais importante do que a outra. Cada fase deve ser o que aquela fase exige, e não deve ser encarada, simplesmente, como uma preparação para a seguinte.

Uma das melhores idéias com que Froebel contribuiu para a pedagogia moderna foi a de que o homem é essencialmente dinâmico e produtivo, e não meramente receptivo. O homem é uma força e não uma mera esponja que absorve o conhecimento exterior. Com essa idéia ele mudou completamente o conceito tradicional do processo educacional. Para ele “O objetivo do ensino e da instrução é extrair sempre mais do homem e não colocar mais e mais dentro dele” e ainda “Tudo o que ela poderá ser e tornar-se está na criança e só pode ser atingido através do desenvolvimento de dentro para fora.” (FROEBEL apud EBY, 1978, p.446) Froebel foi o primeiro educador a valorizar o brinquedo e a atividade lúdica como forma de desenvolvimento intelectual na criança. Não ficando preso ao seu valor teórico, mas também em suas aplicações práticas, criando diversos tipos de brinquedos e elaborando diversas modalidades de recreação. A escola deve, portanto utilizar a auto-atividade da criança para que ela possa aprender as coisas mais importantes e úteis, não pelo estudo, mas através da própria vida.

Valorizou também a linguagem como sendo a primeira forma de expressão do ser humano a partir da qual se podem expressar os sentimentos; o desenho também teve grande significado para sua pedagogia, onde segundo Froebel, desenvolve a habilidade de pensar abstratamente. Outro ponto importante foi o que ele chama de atividades construtivas; onde o menino deve participar do trabalho da casa, como por exemplo cultivar seu próprio jardim, de uma a duas horas diárias.

A família recebe lugar especial dento da teoria educacional de Froebel, segundo ele, ela é o centro de toda atividade humana, é o meio mais favorável para se desenvolver a auto-expressão da criança, o cultivo da vida religiosa e humanizante do homem.

Mas o destaque da filosofia de Froebel foi a concepção de unidade, onde cada objeto é parte de algo mais geral e é também uma unidade, se for considerado em relação a si mesmo. No campo das relações humanas, o indivíduo é uma unidade, quando considerado em si mesmo, mas mantém uma relação com o todo, isto é, incorpora-se a outros homens para atingir certos objetivos. Eby (1978, p. 446) reforça isso quando nos coloca que:

Além do mais, seria uma interpretação errônea grave pensar na criança em qualquer fase como um indivíduo lutando sozinho para sobreviver e se desenvolver . Para Froebel, todas as atividades da criança, até mesmo as atividades físicas mais comuns, estão diretamente relacionadas com a vida social que a cerca. Como ela é um organismo em si e por si mesma, assim também ela é uma parte de organismos maiores, a família e a humanidade como um todo. Desde o início da vida ela age num meio social e toda sua conduta tem relação imediata com outros. Como conseqüência, o desenvolvimento de seus sentimentos socais segue, lado a lado, o desenvolvimento de seu poder produtivo. A expressão de objetivos e necessidades internas deve sempre ser integrada com a unidade social e o propósito comum.

Para Froebel, a unidade social era sempre um princípio de unidade universal, inclusive cósmica. Esse propósito de naturalização de um sentimento de amor pelo universo criado por Deus e transferido para a sociedade deveria ser compreendido e defendido pela educação. A identificação da educação com o desenvolvimento, a subordinação da ação educativa atividade interessada da criança, a utilização do jogo e do trabalho manual como instrumentos da aprendizagem, são caracteres do sistema froebeliano que o tornam precursor das teorias educacionais contemporâneas. Todavia, a pedagogia científica rejeita o método das formas geométricas de Froebel, por abstrato e artificial.

PEDAGOGIA

Auguste Comte

Pai do positivismo acreditava que era possível planejar o desenvolvimento da sociedade e do indivíduo com critérios das ciências exatas e biológicas

 
Foto: Para Comte, a sociologia deveria ser uma análise científica aplicada às comunidades humanas
Para Comte, a sociologia deveria ser uma análise científica aplicada às comunidades humanas
 
        
Frase de Auguste Comte:

"Toda Educação humana deve preparar cada um a viver para os outros"


Auguste Comte nasceu em 1798 em Montpellier, na França. Seus pais eram católicos e monarquistas fervorosos. Comte rejeitou as convicções dos pais ainda jovem e foi aluno brilhante, dos estudos básicos aos superiores, na Escola Politécnica de Paris. Nesse período, seu melhor amigo foi Henri de Saint-Simon (1760-1825), expoente do socialismo utópico, com quem viria a romper mais tarde por questões ideológicas. Comte trabalhava intensamente na criação de uma "filosofia positiva" quando sofreu um colapso nervoso, em 1826. Recuperado, mergulhou na redação do Curso de Filosofia Positiva, que lhe tomou 12 anos. Em 1842, por divergências com os superiores, perdeu o emprego de pesquisador na Politécnica e começou a ser ajudado por admiradores, como o pensador escocês John Stuart Mill (1806-1873). No mesmo ano, Comte se separou de Caroline Massin, após 17 anos de casamento. Em 1845, apaixonou-se por Clotilde de Vaux, que morreria de tuberculose no ano seguinte. Clotilde seria idealizada por Comte como a expressão perfeita da humanidade. O filósofo, que dedicou os anos seguintes a escrever Sistema de Política Positiva, morreu de câncer em 1857, em Paris.

O nome do pensador francês Auguste Comte está indissociavelmente ligado ao positivismo, corrente filosófica que ele fundou com o objetivo de reorganizar o conhecimento humano e que teve grande influência no Brasil. Comte também é considerado o grande sistematizador da sociologia.

O filósofo viveu num período da história francesa em que se alternavam regimes despóticos e revoluções. A turbulência levou não só a um descontentamento geral com a política como a uma crise dos valores tradicionais. Comte procurou dar uma resposta a esse estado de ânimo pela combinação de elementos da obra de pensadores anteriores e contemporâneos, resultando num corpo teórico a que chamou de positivismo. "Ele reviu as ciências para definir o que, nelas, decorria da realidade dos fatos e permitia a formulação de leis naturais, que orientariam os homens a agir para modificar a natureza", diz Arthur Virmond de Lacerda, professor da Faculdade Internacional de Curitiba.

Um dos fundamentos do positivismo é a idéia de que tudo o que se refere ao saber humano pode ser sistematizado segundo os princípios adotados como critério de verdade para as ciências exatas e biológicas. Isso se aplicaria também aos fenômenos sociais, que deveriam ser reduzidos a leis gerais como as da física. Para Comte, a análise científica aplicada aos agrupamentos humanos é o cerne da sociologia, cujo objetivo seria planejar a organização social e política.

A Educação para Rousseau

Jean-Jacques Rousseau:
Rousseau é conhecido, com razão, como o maior filósofo da soberania democrática, por seu notável conceito de vontade geral como única força de poder legítimo na sociedade, deve ser também considerado parte da tradição intelectual na Europa Ocidental que viria a culminar com o Estado do século XX.

Nasceu em Genebra, a 28 de junho de 1712, filho de Isaac Rousseau e Suzanne Bernard, filha do pastor da localidade. Abandonada por seu esposo que parte para Constantinopla, Suzanne implora ao marido que retorne para a sua casa, pois se sente sozinha. Após o retorno de seu esposo, nasce Jean-Jacques Rousseau, um menino fraco, doente e que causara o falecimento da sua mãe.

Durante muito tempo, pai e filho viveram do culto a Suzanne e os dois leram uma grande coleção de romances que ela deixara. Liam sem parar após a ceia e assim passavam a noite. Jean-Jacques Rousseau tornou-se um amante apaixonado da leitura, mas totalmente incapaz de adquirir os hábitos e atitudes convencionais da vida normal.

Quando tinha dez anos, o seu pai o abandonou e ele foi enviado para a escola de Bossey junto com o seu primo. A estada em Bossey estendeu-se até 1724, quando Rousseau completou doze anos de idade. Seus estudos serviram para familiarizá-lo com os problemas sociais e filosóficos comuns que agitavam os espíritos dos homens,. Montaigne, Leibniz, Locke, Pope e Voltaire causaram-lhe a mais profunda impressão (EBY, 1978, p.279).

Influenciado por inúmeros pensadores, Rousseau acreditava que o governo e a educação poderiam surtir efeito na sociedade independente das mudanças políticas.

Para Rousseau:

Cada cidadão seria, então, completamente independente, de todos os seus semelhantes, e completamente dependente do Estado, o que sempre ocorre pelos mesmos métodos; porque é apenas pela força do estado que a liberdade de seus membros podem ser assegurada.(NISBET, 1982, p.157).

Na obra O Contrato Social, Rousseau formula a teoria do Estado da natureza como condição da liberdade e da igualdade e com a afirmação da pessoa humana como sujeito de todo direito e, portanto, fonte e norma de toda lei. O Estado é o libertador do indivíduo das dificuldades da sociedade. Rousseau salienta que o homem no estágio inicial encontra-se puro e livre para a sua escolha, entende que o que realmente modifica o homem é a sociedade, moral fundada na liberdade. Quando está surge, muda e transforma o homem. Para Rousseau, a civilização é vista como responsável pela degeneração das exigências morais mais profundas da natureza humana e sua substituição pela cultura intelectual.

Assim, o Contrato Social seria a única base legítima para uma comunidade que deseja viver de acordo com os pressupostos da liberdade humana. (ROUSSEAU, 1978, p.XX). Privilegiando, na obra do contrato social: a relação entre a natureza e a sociedade, moral fundada na liberdade, primazia do sentimento sobre a razão, teoria da bondade natural do homem. O objetivo primordial do Contrato Social está em assentar as bases sobre as quais legitimamente se possa efetuar a passagem da liberdade natural � liberdade convencional como mais adiante se verá(4) .

Outra contribuição relevante de Rousseau seria Emílio, um ensaio pedagógico, no qual procurou traçar em linhas gerais, o que deveriam fazer e seguir para tornar a criança um adulto bom.

Nesta obra, o autor mostra que diferentes etapas a educação do Homem deve seguir para que os indivíduos humanos se tornem cada vez mais livres e soberanos, mais autênticos e autônomos. A inspiração, como é fácil perceber, é a mesma que move Rousseau no plano da política. (FORTES, 1987, p.69).

Segundo Fortes (1987), em Emílio, o principal objetivo é imunizá-lo a todos os males que a sociedade pode manifestar, tentando desta forma, preveni-lo dos malefícios sociais. Mostrando para os outros a importância da escolha, ou seja, do livre arbítrio, e o respeito para com o desenvolvimento da criança. Foram várias as contribuições que as obras de Rousseau trouxeram para a Educação. Podemos salientar: que os processos educativos, tanto quanto as relações sociais, são sempre encarados pelo ponto de vista de liberdade de escolhas, outro aspecto é que todos homens nascem livres, sendo assim, a educação deve levar em conta o desenvolvimento da criança, a necessidade de torná-la auto-suficiente, sem esquecer que as necessidades iniciais são: físicas, relacionadas ao aperfeiçoamento dos órgãos dos sentidos. Foi o primeiro a se preocupar com as fases do desenvolvimento infantil, com a psicologia da memória e da razão, o poder da imaginação ou fantasia e o sentimento da realidade. Outro precursor de Rousseau foi Pestalozzi.

A Educação para Kant


A educação para Kant
 
 

 

  
Objetivo neste texto apresentar, muito brevemente, Immanuel Kant, bem como expor as concepções de educação e os princípios práticos para a primeira educação das crianças que este autor apresenta em sua obra “Sobre a Pedagogia”.
Immanuel Kant nasceu em Königsberg na Alemanha em1724. Era filho de pequenos artesões e passou toda sua vida nessa cidade. Iniciou seus trabalhos como preceptor de crianças de famílias ricas. Doutorou-se em filosofia e tornou-se professor universitário. Até hoje Kant é considerado influente para o pensamento pedagógico. Immanuel Kant faleceu em 1804, também em Königsberg na Alemanha, devido a uma doença degenerativa.
Em sua obra “Sobre a Pedagogia” do original “Ueber Paedagogie” Kant, inspirado em Jean Jacques Rousseau, discorre sobre seu entendimento de educação, os estágios e divisões da educação, sua compreensão de infância, sobre a questão da formação do caráter e, como Rousseau, assinala alguns conselhos práticos para a primeira educação das crianças.
Kant entende que a educação é o cuidado da “infância (a conservação, o trato), a disciplina e a instrução como formação.” (KANT, 1996, p. 11). O autor entende como cuidado “as precauções que os pais tomam para impedir que as crianças façam uso nocivo de suas forças.” (KANT, 1996, p. 11). Sobre a educação ele escreve ainda que “a espécie humana é obrigada a extrair de si mesma pouco a pouco, com suas próprias forças, todas as qualidades naturais, que pertencem à humanidade” (KANT, 1996, p. 12) e que “por um lado, a educação ensina alguma coisa aos homens e, por outro lado, não faz mais que desenvolver nele certas qualidades” (KANT, 1996, p. 15). Portanto, para Kant a educação é um processo pelo qual se desenvolvem as potencialidades inatas do ser humano.
O autor inicia a obra afirmando que “o homem é a única criatura que precisa ser educada" (KANT, 1996, p. 11), ou seja, o homem não é igual as outras espécies animais. Nas palavras de Kant os animais “não precisam ser cuidados, no máximo precisam ser alimentados, aquecidos, guiados e protegidos de algum modo. A maior parte dos animais requer nutrição, mas não requer cuidados” (KANT, 1996, p. 11). Portanto o homem necessita ser educado pois a educação é o processo pelo qual o homem passa para tornar-se homem, para desenvolver todas suas capacidades naturais: Nas palavras do autor “o homem não pode tornar-se um verdadeiro homem se não pela educação. Ele é aquilo que a educação dele faz.” (KANT, 1996, p. 15)
Essa educação, segundo Kant, é recebida pelo homem por meio de “outros homens, os quais receberam igualmente de outros” (KANT, 1996, p. 15). Como o ser humano está sempre em busca da perfeição, Kant (1996) acredita que cada geração torna cada vez melhor a educação, cada geração dá um passo à frente para o aperfeiçoamento do homem. Nesse sentido Kant escreve que

 
a educação é uma arte, cuja prática necessita ser aperfeiçoada por várias gerações. Cada geração, de posse dos conhecimentos das gerações precedentes, está sempre melhor aparelhada para exercer uma educação que desenvolva todas as disposições naturais na justa proporção e de conformidade com a finalidade daquelas, e, assim, guie toda a humana espécie a seu destino. (1996, p. 19)

 
Além de entender que a educação é constantemente aperfeiçoada pelas gerações, Kant argumenta que esta deve estar sempre voltada ou preparando a criança para o futuro e não para o presente, ou seja, para um estado melhor. Assim sendo o autor escreve que deveriam dar as crianças “uma educação melhor, para que, possa acontecer um estado melhor no futuro” (KANT, 1996, p. 22-23).
Por várias vezes o autor conceitua que a educação como uma arte: por ser constantemente aperfeiçoada, porque as qualidades naturais do homem não se desenvolvem sozinhas, dentre outras justificativas.
Sobre os estágios ou divisões da educação Kant divide-a em educação física e educação prática. Para o autor

 
a educação física é aquela que o homem tem em comum com os animais, ou seja, os cuidados com a vida corporal. A educação prática ou moral [...] é aquela que diz respeito à construção (cultura) do homem, para que possa viver como um ser livre, o qual pode bastar-se a si mesmo, constituir-se membro da sociedade e ter por si mesmo um valor intrínseco. (KANT, 1996, p. 36)

 
Além de estabelecer essa divisão para a educação, Kant (1996) expõe vários princípios ou conselhos práticos para a primeira educação das crianças, dentre os quais: os bebês devem ser alimentados com leite materno; o uso de faixas são prejudiciais ao desenvolvimento dos infantes; os bebês não devem ser alimentados com bebidas e alimentos muito quentes, a cama do infante deve ser fresca e dura pois isso fortifica o corpo; banhos frios também são bons para fortificar o corpo; não se deve usar nada para despertar o apetite das crianças; não balançar as crianças para que estas durmam; não se preocupar muito com o choro das crianças para que estas não fiquem mimadas; deixar a criança engatinhar até que comece por conta própria querer caminhar; determinar hora certa para dormir para não perturbar as funções corporais; alimentar a criança em horas marcadas; correr, pular, carregar pesos, atirar, lutar... são exercícios que fazem bem ao desenvolvimento das crianças; sugere-se que a criança brinque de cabra-cega, pião, balaço e papagaio; a criança deve aprender a trabalhar.
Frente a isso Kant afirma que “quanto mais costumes tem um homem, tanto menos é livre e independente” (KANT, 1996, p. 51) portanto deve-se tomar o cuidado para não mimar as crianças para que essas aprendam a fazer o que desejam sozinhas.
Perante todas essas considerações sobre a educação torna-se fácil entender porque Kant diz que a educação é uma arte. Além de ser uma arte, Kant assegura que a educação “é o maior e o mais árduo problema que pode ser proposto aos homens.” (KANT, 1996, p. 20) e que “entre as descobertas humanas há duas dificílimas, e são: a arte de governar os homens e a arte de educá-los” (KANT, 1996, p. 21). Portanto, educar não é tarefa fácil. A educação exige compromisso, responsabilidade, requer que o educando se implique verdadeiramente no desenvolvimento pleno através dos estímulos, conselhos de seu educador.
Concluindo o livro, o autor lembra que, por fim, é preciso orientar as crianças para a “necessidade de, todo dia, examinar a sua conduta, para que possam fazer uma apreciação do valor da vida, ao seu término” (KANT, 1996, p. 107), ou seja, a criança deve ser estimulada a realizar a auto-avaliação, a desenvolver a consciência sobre seus atos.
O livro “Sobre a pedagogia” de Kant é extremamente conveniente para aquelas pessoas interessadas na arte de educar. A leitura desta obra é prazerosa e sua mensagem me parece atual e relevante.

O Pensamento Pedagógico de Herbart


Johann Friedrich Herbart

O filósofo alemão do século 19 inaugurou a análise sistemática da educação e mostrou a importância da psicologia na teorização do ensino

O maior legado de Herbart foi a aplicação da doutrina pedagógica em sala de aula.

Frases de Johann Friedrich Herbart:

“A pedagogia mostra os fins da educação; a psicologia, o caminho, os meios e os obstáculos”

“Virtude é o nome que convém ao objetivo pedagógico em sua totalidade. É a idéia da liberdade interior convertida em realidade permanente numa pessoa”.


Johann Friedrich Herbart nasceu em Oldenburg, na Alemanha, em 1776, e conheceu alguns dos mais importantes intelectuais de seu tempo. Aos 18 anos, já era aluno do filósofo Johann Fichte (1762-1814) na Universidade de Iena. Logo em seguida, trabalhou durante quatro anos como professor particular em Interlaken, na Suíça, período em que ficou amigo do educador Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827). Tornou-se professor na Universidade de Göttingen em 1802. Seis anos depois, assumiu a cátedra deixada vaga por Immanuel Kant em Königsberg, onde lecionou até 1833, quando reassumiu o posto de professor de filosofia em Göttingen. Em Königsberg, fundou um seminário pedagógico com uma escola de aplicação e um internato. Os estudos mais importantes de Herbart foram no campo da filosofia da mente, à qual subordinou suas obras pedagógicas (entre elas, Pedagogia Geral e Esboço de um Curso de Pedagogia). A influência de sua teoria se estendeu a uma legião de pensadores, dando origem a várias interpretações, até entrar em declínio no início do século 20.

Com o filósofo alemão Johann Friedrich Herbart, a pedagogia foi formulada pela primeira vez como uma ciência, sobriamente organizada, abrangente e sistemática, com fins claros e meios definidos. A estrutura teórica construída por Herbart se baseia numa filosofia do funcionamento da mente, o que a torna duplamente pioneira: não só por seu caráter científico mas também por adotar a psicologia aplicada como eixo central da educação. Desde então, e até os dias de hoje, o pensamento pedagógico se vincula fortemente às teorias de aprendizagem e à psicologia do desenvolvimento
– um exemplo é a obra do suíço Jean Piaget (1896-1980).

Para Herbart, a mente funciona com base em representações – que podem ser imagens, idéias ou qualquer outro tipo de manifestação psíquica isolada. O filósofo negava a existência de faculdades inatas. A dinâmica da mente estaria nas relações entre essas representações, que nem sempre são conscientes. Elas podem se combinar e produzir resultados manifestos ou entrar em conflito entre si e permanecer, em forma latente, numa espécie de domínio do inconsciente. A descrição desse processo viria, muitos anos depois, a influenciar a teoria psicanalítica de Sigmund Freud (1856-1939).

Uma das contribuições mais duradouras de Herbart para a educação é o princípio de que a doutrina pedagógica, para ser realmente científica, precisa comprovar-se experimentalmente – uma idéia do filósofo Immanuel Kant (1724-1804) que ele desenvolveu. Surgiram daí as escolas de aplicação, que conhecemos até hoje. Elas respondem à necessidade de alimentar a teoria com a prática e vice-versa, num processo de atualização e aperfeiçoamento constantes. “Herbart fez um trabalho de grande influência porque aprofundou suas concepções até as últimas conseqüências”, diz Maria Nazaré Amaral, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

Moral como objetivo

Na teoria herbartiana, memória, sentimentos e desejos são apenas modificações das representações mentais. Agir sobre elas, portanto, significa influenciar em todas as esferas da vida de uma pessoa. Desse modo, Herbart criou uma teoria da educação que pretende interferir diretamente nos processos mentais do estudante como meio de orientar sua formação.

Embora profundamente intelectualista, a pedagogia herbartiana tem como objetivo maior nem tanto o acúmulo de informações, mas a formação moral do estudante. Por considerar a criança um ser moldado intelectualmente e psiquicamente por forças externas, Herbart dá ênfase primordial ao conceito de instrução. Ela é o instrumento pelo qual se alcançam os objetivos da educação. “Para Herbart, só o ignorante comete erros”, diz a pedagoga Maria Nazaré.

A instrução é o elemento central dos três procedimentos que, para Herbart, constituem a ação pedagógica. O primeiro é o que chamou de governo, ou seja, a manutenção da ordem pelo controle do comportamento da criança, uma atribuição inicialmente dos pais e depois dos professores. Trata-se de um conjunto de regras imposto de fora, com o objetivo de manter a criança ocupada. O segundo procedimento é a instrução educativa propriamente dita e seu motor é o interesse, que deve ser múltiplo, variado e harmonicamente repartido. O terceiro é a disciplina, que tem a função de preservar a vontade no caminho da virtude. Nessa etapa se fortalece a autodeterminação como pré-requisito da formação do caráter. Ao contrário do governo, consiste em um processo interno do aluno.

Muitas das contribuições de Herbart para a psicologia e a pedagogia continuam valiosas, mas seu pensamento e a prática que dele se originou no século 19 se tornaram ultrapassados, sobretudo com o aparecimento do movimento da escola ativa. Seu principal representante, o norte-americano John Dewey (1859-1952), fez duras críticas à doutrina herbartiana. A pedagogia contemporânea tornou o aluno sujeito do ensino e substituiu o individualismo do século 18 por uma visão mais complexa dos fatores envolvidos no trabalho de ensinar. “Hoje, admite-se no plano teórico que a mente humana é originalmente ativa, enquanto na prática, no Brasil, ainda se costuma despejar conhecimento sobre o aluno, como queria Herbart”, critica Maria Nazaré.

Um padrão escolar para o século 19


A obra pedagógica de Herbart teve enorme influência em todo o mundo ocidental (e também no Japão) na segunda metade do século 19. Por se basear no princípio de que a mente humana apenas apreende novos conhecimentos e só participa do aprendizado passivamente, o herbartianismo resultou num ensino que hoje qualificamos de tradicional. “As escolas herbartianas transmitiam um ensino totalmente receptivo, sem diálogo entre professor e aluno e com aulas que obedeciam a esquemas rígidos e preestabelecidos”, diz a educadora Maria Nazaré. Herbart previa cinco etapas para o ato de ensinar. A primeira, preparação, é o processo de relacionar o novo conteúdo a conhecimentos ou lembranças que o aluno já possua, para que ele adquira interesse na matéria. Em seguida vem a apresentação ou demonstração do conteúdo. A terceira fase é a associação, na qual a assimilação do assunto se completa por meio de comparações minuciosas com conteúdos prévios. A generalização, quarto passo do processo, parte do conteúdo recém-aprendido para a formulação de regras globais; é especialmente importante para desenvolver a mente além da percepção imediata. A quinta etapa é a da aplicação, que tem como objetivo mostrar utilidade para o que se aprendeu.

Para pensar


John Dewey criticou a teoria herbartiana dizendo que ela previa um “mestre todo-poderoso”, encarregado de manipular os processos mentais do aluno por meio da instrução. Para Dewey e a maioria dos pedagogos do século 20, o pensamento de Herbart subestima e até ignora a ação do próprio aluno e sua capacidade de auto-educar-se.
Mas não se pode negar que Herbart foi um dos pensadores que mais se interessaram pela psicologia do educando e o modo como ela influi em seu aprendizado. Você considera satisfatório seu conhecimento dos processos psíquicos das crianças em geral e de seus alunos em particular? Se acha que sim, de que modo pode utilizá-lo para aprimorar suas aulas?




Pensamento Pedagógico de Pestalozzi



Johann Heinrich Pestalozzi


Para o educador suíço, os sentimentos tinham o poder de despertar o processo de aprendizagem autônoma na criança 


Nenhum dos pensadores modernos deu tanta importância ao amor na Educação quanto Pestalozzi


Frases de Johann Heinrich Pestalozzi:


"As faculdades do homem têm de ser desenvolvidas de tal forma que nenhuma delas predomine sobre as outras".


"A natureza melhor da criança deve ser encorajada o mais cedo possível a combater a força prepotente do instinto animal" .


Johann Heinrich Pestalozzi nasceu em 1746 em Zurique, na Suíça. Na juventude, ele abandonou os estudos religiosos para se dedicar à agricultura. Quando a empreitada se tornou o primeiro de muitos fracassos materiais de sua vida, Pestalozzi levou algumas crianças pobres para casa, onde encontraram escola e trabalho como tecelãs, aprendendo a se sustentar. Alguns anos depois, a escola se inviabilizou e Pestalozzi passou a explorar suas idéias em livros, entre eles Os Crepúsculos de um Eremita e o romance Leonardo e Gertrudes. Uma nova chance de exercitar seu método só surgiu quando ele já tinha mais de 50 anos, ao ser chamado para dar aulas aos órfãos da batalha de Stans. Mais duas experiências se seguiram, em escolas de Burgdorf e Yverdon. Nesta última, que existiu de 1805 a 1825, Pestalozzi desenvolveu seu projeto mais abrangente, dando aulas para estudantes de várias origens e comandando uma equipe de professores. Divergências entre eles levaram a escola a fechar. Yverdon projetou o nome de Pestalozzi no exterior e foi visitada por muitos dos grandes educadores da época.


Para a mentalidade contemporânea, amor talvez não seja a primeira palavra que venha à cabeça quando se fala em ciência, método ou teoria. Mas o afeto teve papel central na obra de pensadores que lançaram os fundamentos da pedagogia moderna. Nenhum deles deu mais importância ao amor, em particular ao amor materno, do que o suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827).


Antecipando concepções do movimento da Escola Nova, que só surgiria na virada do século 19 para o 20, Pestalozzi afirmava que a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas. "Segundo ele, o amor deflagra o processo de auto-educação", diz a escritora Dora Incontri, uma das poucas estudiosas de Pestalozzi no Brasil.

A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, o pensador suíço não concordava totalmente com o elogio da razão humana. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem à plena realização moral - isto é, encontrar conscientemente, dentro de si, a essência divina que lhe dá liberdade. "Pestalozzi chega ao ponto de afirmar que a religiosidade humana nasce da relação afetiva da criança com a mãe, por meio da sensação de providência", diz Dora Incontri.  


Inspiração na natureza


A vida e obra de Pestalozzi estão intimamente ligadas à religião. Cristão devoto e seguidor do protestantismo, ele se preparou para o sacerdócio, mas abandonou a idéia em favor da necessidade de viver junto da natureza e de experimentar suas idéias a respeito da educação. Seu pensamento permaneceu impregnado da crença na manifestação da divindade no ser humano e na caridade, que ele praticou principalmente em favor dos pobres.

A criança, na visão de Pestalozzi, se desenvolve de dentro para fora - idéia oposta à concepção de que a função do ensino é preenchê-la de informação. Para o pensador suíço, um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa. Dar atenção à sua evolução, às suas aptidões e necessidades, de acordo com as diferentes idades, era, para Pestalozzi, parte de uma missão maior do educador, a de saber ler e imitar a natureza - em que o método pedagógico deveria se inspirar. 


Bondade potencial


Tanto a defesa de uma volta à natureza quanto a construção de novos conceitos de criança, família e instrução a que Pestalozzi se dedicou devem muito a sua leitura do filósofo franco-suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), nome central do pensamento iluminista. Ambos consideravam o ser humano de seu tempo excessivamente cerceado por convenções sociais e influências do meio, distanciado de sua índole original - que seria essencialmente boa para Rousseau e potencialmente fértil, mas egoísta e submissa aos sentidos, para Pestalozzi.

"A criança, na concepção de Pestalozzi, era um ser puro, bom em sua essência e possuidor de uma natureza divina que deveria ser cultivada e descoberta para atingir a plenitude", diz Alessandra Arce, professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. O pensador suíço costumava comparar o ofício do professor ao do jardineiro, que devia providenciar as melhores condições externas para que as plantas seguissem seu desenvolvimento natural. Ele gostava de lembrar que a semente traz em si o "projeto" da árvore toda.

Desse modo, o aprendizado seria, em grande parte, conduzido pelo próprio aluno, com base na experimentação prática e na vivência intelectual, sensorial e emocional do conhecimento. É a idéia do "aprender fazendo", amplamente incorporada pela maioria das escolas pedagógicas posteriores a Pestalozzi. O método deveria partir do conhecido para o novo e do concreto para o abstrato, com ênfase na ação e na percepção dos objetos, mais do que nas palavras. O que importava não era tanto o conteúdo, mas o desenvolvimento das habilidades e dos valores. 


Sem notas, castigos ou prêmios


Ao contrário de Rousseau, cuja teoria é idealizada, Pestalozzi, segundo a educadora Dora Incontri, "experimentava sua teoria e tirava a teoria da prática", nas várias escolas que criou. Pestalozzi aplicou em classe seu princípio da educação integral - isto é, não limitada à absorção de informações. Segundo ele, o processo educativo deveria englobar três dimensões humanas, identificadas com a cabeça, a mão e o coração. O objetivo final do aprendizado deveria ser uma formação também tripla: intelectual, física e moral. E o método de estudo deveria reduzir-se a seus três elementos mais simples: som, forma e número. Só depois da percepção viria a linguagem. Com os instrumentos adquiridos desse modo, o estudante teria condições de encontrar em si mesmo liberdade e autonomia moral. Como alcançar esse objetivo dependia de uma trajetória íntima, Pestalozzi não acreditava em julgamento externo. Por isso, em suas escolas não havia notas ou provas, castigos ou recompensas, numa época em que chicotear os alunos era comum. "A disciplina exterior, na escola de Pestalozzi, era substituída pelo cultivo da disciplina interior, essencial à moral protestante", diz Alessandra Arce. 


Para pensar


A pesquisadora Dora Incontri vê na obra dos filósofos da educação anteriores ao século 19 uma concepção do ser humano "mais integral" do que a que passou a prevalecer então. Segundo Dora, naquela época a ciência, incluindo a pedagogia, se tornou materialista. "Pensadores como Pestalozzi levavam em conta aspectos hoje negligenciados, como o espiritual." Ela lamenta a ausência dessa dimensão. No seu dia-a-dia na escola ou em seus estudos sobre educação, você já sentiu a sensação de que falta algo à teoria pedagógica? Chegou a pensar que carência é essa? De que forma ela se reflete na prática?